sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Entre os Muros da Escola e a Prática Escolar

Esta obra põe em questão fatores como: a indisciplina, a postura do professor, a realidade de um sistema educacional civilizador e a diversidade cultural que existe numa sala de aula, com alunos de diferentes etnias (africanos, franceses, asiáticos), a desestrutura familiar, dentre outros fatores sociais, culturais e econômicos pode influenciar positivamente ou negativamente a formação humana, onde os atores envolvidos naquele cenário eram jovens que buscavam os seus interesses para compreender a dinâmica mundial e se sentir participante de uma sociedade.
Um dos fatos que chamou a minha atenção logo no início do filme foi como a receptividade dos professores novatos à escola é discriminatória: cada um recebe o dossiê dos alunos, os quais já são rotulados pela direção e demais professores como “bons” e “maus”. Ou seja, intolerância era a palavra de ordem naquela escola, nos âmbitos: étnicos, religioso, sexual, cultural, social, intelectual.
Você pode até imaginar como daí em diante foi visível a desmotivação, o estresse e a agressividade proveniente de alguns professores atuantes naquela escola há algum tempo. Afinal, ela prezava por um ensino rígido e formal, a começar pelas ameaças, constrangimentos e problemas psicológicos que causavam nos alunos ao direcioná-los para um conselho disciplinar e até expulsão da escola. Ou seja, tratava-se de uma escola que não estava preparada para cuidar das questões afetivas, psicológicas e cognitivas de seus alunos e o seu contexto familiar.
Além disso, naquela escola os alunos não se reconheciam como pessoas especiais. Demonstravam baixa autoestima, vergonha de falar sobre a sua vida ou família, fechavam-se em seu mundo e acabavam ignorantes e intolerantes na sociedade. Ou seja, a família estava distante das questões educacionais – o que dificultava ainda mais o progresso e rendimento dos seus filhos. Mas, será que esta realidade demonstrada no filme ainda acontece nos dias atuais? Infelizmente a resposta é SIM!
Particularmente acredito que o processo educacional será bem sucedido quando as relações dentro e fora da escola forem pautadas pelo respeito mútuo – entre professor e alunos; entre os alunos; entre os gestores, a população escolar e a sociedade. Afinal, ela tem o poder de ajudar às pessoas a fazerem uma tradução crítica das vivências que trazem em seu histórico familiar e social, mostrando-lhe a possibilidade de uma nova leitura do mundo e desenvolvendo em cada uma dessas pessoas a esperança de um mundo mais justo. Certamente que este não será um caminho fácil a ser trilhado, mas com amor, competência e planejamento certamente que o educador obterá êxito no trabalho desenvolvido.
Acredito ainda que é preciso encurtar a distância entre conteúdo programático e realidade e interesses dos alunos em sala de aula. Do contrário, o ensino será deficiente e a aprendizagem precária. É preciso observar o estilo de vida, o comportamento e o contexto familiar de cada estudante, oferecendo a este o devido respeito e valorização de suas potencialidades, como também ajudá-lo a rever e melhorar suas dificuldades, tendo sempre a família como aliada neste processo de ensino e aprendizagem.

Acho que os alunos querem um pouco mais de “calor humano” no sentido de atenção, solidariedade, compreensão, respeito, carinho, admiração, valorização das suas habilidades e competências e ser ajudado em suas dificuldades – ingredientes que geralmente não fazem parte do contexto familiar. E se o professor não estiver atento a estas questões e comprometido com o seu trabalho, certamente todo o seu planejamento de aula e carreira será frustrante, e a intolerância e a violência certamente estarão entre os muros da escola. Portanto, pense nisso e reescreva a sua prática escolar!

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