Esta obra põe em questão fatores como: a
indisciplina, a postura do professor, a realidade de um sistema educacional
civilizador e a diversidade cultural que existe numa sala de aula, com alunos
de diferentes etnias (africanos, franceses, asiáticos), a desestrutura
familiar, dentre outros fatores sociais, culturais e econômicos pode
influenciar positivamente ou negativamente a formação humana, onde os atores
envolvidos naquele cenário eram jovens que buscavam os seus interesses para
compreender a dinâmica mundial e se sentir participante de uma sociedade.
Um dos fatos que chamou a minha atenção logo no
início do filme foi como a receptividade dos professores novatos à escola é
discriminatória: cada um recebe o dossiê dos alunos, os quais já são rotulados
pela direção e demais professores como “bons” e “maus”. Ou seja, intolerância
era a palavra de ordem naquela escola, nos âmbitos: étnicos, religioso, sexual,
cultural, social, intelectual.
Você pode até imaginar como daí em diante foi
visível a desmotivação, o estresse e a agressividade proveniente de alguns
professores atuantes naquela escola há algum tempo. Afinal, ela prezava por um
ensino rígido e formal, a começar pelas ameaças, constrangimentos e problemas
psicológicos que causavam nos alunos ao direcioná-los para um conselho
disciplinar e até expulsão da escola. Ou seja, tratava-se de uma escola que não
estava preparada para cuidar das questões afetivas, psicológicas e cognitivas
de seus alunos e o seu contexto familiar.
Além disso, naquela escola os alunos não se
reconheciam como pessoas especiais. Demonstravam baixa autoestima, vergonha de
falar sobre a sua vida ou família, fechavam-se em seu mundo e acabavam
ignorantes e intolerantes na sociedade. Ou seja, a família estava distante das
questões educacionais – o que dificultava ainda mais o progresso e rendimento
dos seus filhos. Mas, será que esta realidade demonstrada no filme ainda
acontece nos dias atuais? Infelizmente a resposta é SIM!
Particularmente acredito que o processo
educacional será bem sucedido quando as relações dentro e fora da escola forem
pautadas pelo respeito mútuo – entre professor e alunos; entre os alunos; entre
os gestores, a população escolar e a sociedade. Afinal, ela tem o poder de
ajudar às pessoas a fazerem uma tradução crítica das vivências que trazem em
seu histórico familiar e social, mostrando-lhe a possibilidade de uma nova
leitura do mundo e desenvolvendo em cada uma dessas pessoas a esperança de um
mundo mais justo. Certamente que este não será um caminho fácil a ser trilhado,
mas com amor, competência e planejamento certamente que o educador obterá êxito
no trabalho desenvolvido.
Acredito ainda que é preciso encurtar a
distância entre conteúdo programático e realidade e interesses dos alunos em
sala de aula. Do contrário, o ensino será deficiente e a aprendizagem precária.
É preciso observar o estilo de vida, o comportamento e o contexto familiar de
cada estudante, oferecendo a este o devido respeito e valorização de suas
potencialidades, como também ajudá-lo a rever e melhorar suas dificuldades,
tendo sempre a família como aliada neste processo de ensino e aprendizagem.
Acho que os alunos querem um pouco mais de
“calor humano” no sentido de atenção, solidariedade, compreensão, respeito,
carinho, admiração, valorização das suas habilidades e competências e ser
ajudado em suas dificuldades – ingredientes que geralmente não fazem parte do
contexto familiar. E se o professor não estiver atento a estas questões e
comprometido com o seu trabalho, certamente todo o seu planejamento de aula e
carreira será frustrante, e a intolerância e a violência certamente estarão
entre os muros da escola. Portanto, pense nisso e reescreva a sua prática
escolar!
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